“Senhora”, José de Alencar

Por Lívia Moura

Senhora é um romance da fase urbana de José de Alencar, publicado em forma de folhetim semanal em capítulos nos jornais em 1874, posteriormente, se tornara um livro, que hoje em dia é conhecido como uma das grandes obras literárias brasileiras.

Uma moça humilde e de origem pobre, órfã de pai e posteriormente de mãe, recebe inesperadamente uma grande herança que a faz se tornar a moça mais rica e requisitada do Rio de Janeiro. Com isso, a menina, Aurélia, passa a ter que tomar grandes decisões para seu futuro, com apenas 18 anos. Bela, elegante, fria e calculista, Aurélia Camargo tem toda a autonomia nas mãos para comprar o que quiser, e decide então comprar um marido. 

Para algumas mulheres, a personagem é uma feminista, porém, para o público masculino, não passa de uma fria sem coração, pois além de ser muito rigorosa e seletiva com suas escolhas para cônjuge, naquela época não era de costume uma mulher ter atitudes desse tipo. 

Com isso, Aurélia decide se casar com Fernando Seixas. Um jovem respeitável da sociedade carioca, porém suas finanças não condiziam com o estilo de vida que ele levava. Trabalhava em um emprego numa repartição pública e apesar das pretensões de entrar para a política, o ideal seria casar-se com uma jovem rica. Quando a proposta do casamento com Aurélia chega, ele obviamente não nega, contudo, mal sabia o que o esperava após o enlace matrimonial.

Senhora é um clichê do casamento por conveniência, misturado com um romance estilo cão e gato com uma boa dose de vingança. Tudo isso amarrado em uma bela fita do romance claramente escrito por mãos criativas e habilidosas de um grande autor, que retrata de forma detalhada cada cena da narrativa, deixando o leitor a par de cada momento. 

A história retrata um casal que obviamente se gosta mas estão tão cheios de mágoas e orgulho que os impedem de alcançar a felicidade como um casal. 

Senhora é um livro irresistível e indicado para qualquer amante de romances e de literaturas clássicas, ainda mais as brasileiras.

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