“SE QUISER MUDAR O MUNDO”, de Sabrina Fernandes

Releituras na Quarentena

Julliana de Amorim Tavares Lima

Para aqueles que conhecem o trabalho de Sabrina Fernandes pelo seu canal Tese Onze no YouTube, a leitura de “Se quiser mudar o mundo” será muito familiar, visto que a socióloga aborda no livro temas recorrentes em seus vídeos, como funcionamento dos sistemas econômicos, meio ambiente, politização e conscientização social. Além disso, ao escrever, Sabrina mantém a mesma didática, clareza e assertividade características em seus vídeos. Agora, para aqueles que não conhecem o Tese Onze, acredito que a leitura deste livro possa ser uma boa porta de entrada para que o façam. 

O título por si só traz uma questão que acredito ser pertinente a qualquer opinião política. Nos dias atuais, quem não quer mudar o mundo? O livro foi escrito por Sabrina no ano de 2020, em meio a uma das maiores crises sanitárias já registradas no país devido a pandemia da Covid-19; além disso nos encontramos sob intensa instabilidade nos setores econômico, social e ambiental, trazendo incertezas sobre o futuro a curto e longo prazos. Diante desse cenário, mudar o mundo parece ser uma necessidade mais que urgente.

Doutora em sociologia e especializada em economia, Sabrina é declaradamente feminista marxista e é por esse viés que ela decide guiar os capítulos de sua obra. Portanto, se seu posicionamento político é anticomunista, já adianto que a leitura não será muito satisfatória. O livro é dividido em 3 partes, onde inicialmente a autora apresenta e esclarece conceitos políticos que facilitam a interpretação do mundo em que vivemos; na 2ª parte são apresentadas possíveis ferramentas que podem garantir as mudanças; e finalmente na 3ª parte são esclarecidos os desafios que devem ser enfrentados ao implantar mudanças.

Apesar de ser muito objetiva, em nenhum momento Sabrina dá a entender que as mudanças serão fáceis, ou que basta seguir uma receita pronta para que o mundo se transforme. Muito pelo contrário. Mudar um sistema exige estudo, conscientização, estratégia e organização. Por esse motivo, “Se quiser mudar o mundo” não deve ser entendido como um manual, e sim como uma introdução a diversos assuntos, sempre seguindo o ideal marxista como principal base.

Como dito anteriormente, a didática que Sabrina possui traz muita leveza à leitura, mesmo se tratando de temas complexos e por vezes difíceis de digerir. Por fim, “Se quiser mudar o mundo” se trata de uma leitura interessante e eu diria até inspiradora para todos aqueles que realmente se importam e buscam um futuro melhor.

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