Resenha do documentário “Saúde tem Cura”* de Silvio Tendler

Por Matheus Rodrigues

O documentário previsto neste resumo crítico, basicamente se estrutura através da argumentação contra a precariedade contra a falta de investimentos, que o sistema de saúde brasileiro passou e continua passando por décadas. Nesse sentido, pode-se observar que embora as massas lutassem por algo essencial para vida como melhores condições de trabalho e saúde, o governo nunca priorizou esses aspectos e sim a lucratividade, o apoio às grandezas grandes empresas que territorializam o país e o bem estar do corpo militar e da grande elite. Dessa forma, nota-se que nosso sistema só se desenvolveu e se tornou o SUS, pela forte pressão do povo trabalhador brasileiro como exemplo do texto ” Movimento da Reforma Sanitária Brasileira: um projeto civilizatório de globalização alternativa e construção de um pensamento pós-abissal”, onde o MRSB representa as pessoas que buscam pelo direito da saúde. 

Em primeiro lugar, podemos ressaltar um ponto que manchou a democracia e foi fortemente contra os direitos de saúde, o Golpe militar, que, praticamente, sucateou o sistema de saúde público, acabou com as leis trabalhistas e teve uso de forte censura contra movimentos populares, eles apoiavam apenas o setor privado. Nesse caráter, o INPS, o qual gere todas contribuições tinha um orçamento nível nacional, e esse capital foi utilizado na Usina de Itaipu e em hospitais particulares, onde havia muita fraude e uso de dinheiro público. Os hospitais se beneficiavam para crescer às custas do governo, e quando estavam bem capitalizados, acabavam com a relação contratual de atendimento público. Contudo, após a ditadura, em 1988 a saúde vira um direito de todos previstos em Constituição e em 1990 o povo que sonhava com um sistema que usasse de ferramentas preventivas com equidade, universalidade e integralidade, em meio desse sonho o SUS é estabelecido, simplesmente o maior projeto de saúde pública, reconhecido internacionalmente, o setor privado ficou louco e lutou de todas as formas contra o novo sistema, tentando o demonizar e o sucatear de qualquer forma. Porém, o povo foi forte e luta até hoje por ele, o SUS possui a procura de 1 milhão de pessoas por dia e dentre esses 98% são atendidos. 

Portanto, fica evidente que o SUS ajudou muito em 2020 durante a pandemia com o vírus do covid, onde 80% dos brasileiros podiam se amparar e não depender de planos de saúde ou da rede privada diretamente. Pois, o SUS é um sistema de solidariedade, onde todos pagam em benefício da nação e indiretamente traz melhorias na economia, segurança e educação. Onde nota-se, que o essencial é instruir e prevenir,previnir, para que o povo não sofra com as doenças e elas não se disseminem, desse modo, sobram insumos para o diagnóstico e tratamento dos já doentes, todos podem precisar um dia dele e todos têm o direito, e isso é bem exposto por todas as pessoas no documentário ” Saúde tem Cura “, tanto por pessoas comuns, como por profissionais, ou autoridades no assunto. Esse sistema indispensável é reconhecido mundialmente, e mesmo a maior potência do mundo como os EUA nao tem algo tão eficaz, pelo fato de ser um país onde ⅔ das mortes serem relacionadas aos problemas no meio da saúde, pois 23% da população sem plano não conseguirem arcar com tratamentos,medicamentos e muito menos operações e também, de acordo com o” The New England Journal of Medicine” em sua matéria ” Health Equity” percebemos uma disparidade, onde por etnias existe a divisão da boa qualidade de sistemas de saúde sendo os latinos e negros os mais afetados, tendo os menores vínculos com os hospitais privados e tendo a rede pública lhes acessorando, e a maioria dos desacessorados são dessas etnias e assim vemos a importância do SUS para o brasileiro, pois somos latinos e com grande parte da população negra. Porém, mesmo sendo incrível, o Sistema Único de Saúde sofre muito com o desfinanciamento, a falta de cumprimento das leis de investimento de 15% de saúde ao ano, e com a falta da vontade política, a qual é subordinada aos grupos elitistas que perdem lucratividade com o desenvolvimento do SUS. Mas a alma do trabalhador nunca vai desistir, pois o SUS é mais que um sistema de saúde, é uma luta constante do povo brasileiro contra o poder capitalista, é um símbolo de vitória e de constante evolução social e altruísta. Por fim, percebe-se que o país tem total condição de fazer o maior sistema de saúde do mundo funcionar com excelência.

* com apoio crítico de “The New England Journal of Medicine” na matéria de ” Health Equity”.

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