“Prometeu Acorrentado”, Ésquilo

Por Wagner Nunes

Prometeu Acorrentado é a segunda peça de uma trilogia focada no titã e escrita por Ésquilo. A primeira era Prometeu Portador do fogo; a terceira, Prometeu Libertado. Infelizmente só nos restam fragmentos dessas peças. Prometeu é um titã, filho de Jápeto e Clímene (ou Tétis, dependendo da versão), cujo nome significa “aquele que pensa antes”. Na versão de Ésquilo, Prometeu rouba o fogo sagrado dos deuses e dá à humanidade em seus tempos primórdios. Devido a esse ato, o titã é castigado por Zeus.

A peça se inicia com Prometeu sendo acorrentado em uma rocha, na região desolada da Cítia, longe de qualquer humano, para sofrer com o calor do sol e o frio das noites e das chuvas. Poder, Força e Hefesto arrastam-no, e Hefesto o prende com correntes indestrutíveis, criadas pelo próprio deus das forjas. O Poder tenta animar o titã, dizendo-lhe que ele se rebelou contra Zeus com uma boa intenção, a de ajudar a civilização humana. Prometeu, sentindo-se injustiçado, disparar sua cólera.

As Oceânides, ninfas do mar, entram em cena e lembram o filho de Jápeto de que Zeus só ganhou a guerra contra os titãs com sua ajuda. Prometeu brada que salvou os humanos, dando-lhes o fogo sagrado, por amá-los. Io, a única humana da peça, aparece diante dele, correndo e transformada. Ela é amada por Zeus, por isso, Hera – esposa de Zeus – a castiga. Prometeu dizer a Io o futuro dela e o que terá de fazer para alcançá-la. O prisioneiro profetiza que o rei do Olimpo será destronado, então Hermes, mensageiro de Zeus, aparece. Prometeu o chantageia, dizendo-lhe que só falará se for libertado. Hermes intensifica o castigo e coloca uma águia para comer o fígado do titã pela eternidade. O deus portador dos raios dá a sua resposta para a chantagem de Prometeu.  Prometeu Acorrentado é uma peça maravilhosa para os amantes da mitologia grega e é uma obra fundamental para quem gosta de literatura. Prometeu é um símbolo de luta pela civilização humana. O amor à humanidade é tão grande que, mesmo pensando antes, ele age, é preso, e não se arrepende de ter sido a chama que nos salvou da extinção.

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