“O Conde de Monte Cristo”, Alexandre Dumas

Por Daniel Paes

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O Conde de Monte Cristo é um romance de 1844 e escrito por Alexandre Dumas. A obra trata sobre a história de vingança de Edmond Dantès, um jovem marinheiro com uma vida promissora. No entanto, três indivíduos são responsáveis pela prisão injusta do protagonista, que arranja uma forma de escapar da prisão e planeja uma grandiosa vingança contra aqueles responsáveis pelo seu encarceramento.

Essa obra não tem como intuito levantar muitas questões profundas ou críticas sociais, mas isso não é um demérito. A narrativa tem como fio condutor apenas um aspecto: a vingança. Diante de sua proposta, a obra se destaca como uma das histórias mais grandiosas quando se trata desse tema tão utilizado na literatura.  O autor foi capaz de fazer com que o leitor simpatizasse com o protagonista nos seus momentos de glória para logo depois fazer com que nós tenhamos que ver sua vida virando de cabeça para baixo. A partir dessa prisão injusta, nós simpatizamos com o personagem e começamos a projetar nosso desprezo naqueles responsáveis por este acontecimento. Durante as mais de 1000 páginas que o livro tem, ansiamos assim como o protagonista que os alvos de sua vingança paguem pelo que fizeram. Portanto, a vontade de ler se sustenta através do sadismo. Queremos ver a justiça sendo feita, mesmo que essa justiça não seja a institucional, mas sim aquela aplicada por Dantès.

Mesmo conseguindo introduzir muito bem o enredo, por muitas vezes a narrativa se arrasta. Como já citado anteriormente, o livro ultrapassa as mil páginas. Ser uma obra grande não é necessariamente um problema, mas nem todos os momentos apresentados são interessantes. Como o protagonista almeja ter a maior vingança possível, ela acaba sendo muito lenta. Diversos momentos da história você acompanhará as artimanhas que Dantès está preparando, mas elas nem sempre são tão claras assim porque você não sabe que fim elas levarão. Apesar do ritmo instável, tudo isso pode ser aturado se o desfecho dessa obra for à altura daquilo que é construído lentamente. Felizmente, o desfecho é mais do que satisfatório. Todos aqueles momentos arrastados que pareciam dispersos se culminam no fim, demonstrando que, apesar do ritmo não tão agradável, nenhum momento é descartável. Toda a preparação que é feita contribui para algo quando as peças estão se encaixando de forma exemplar.

Portanto, O Conde de Monte Cristo é aquela obra que vai te fazer revirar os olhos por diversos momentos devido a sua extensão, mas você segue em frente porque quer muito ver aqueles caras malvados recebendo o que merecem. Quando você chega finalmente nesse momento, chega-se na conclusão que todas aquelas partes não tão interessantes assim valeram a pena. Nesse caso específico, a vingança é plena, não mata a alma e nem envenena.

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