“Drácula”, Bram Stoker

Por Daniel Paes da Silva

Drácula é um romance escrito pelo autor irlandês Bram Stoker e publicado pela primeira vez em 1897. A história acompanha diversos personagens que de alguma forma acabam se envolvendo com a figura do Conde Drácula, um nobre da Transilvânia que também é um vampiro.

Não existe figura mais emblemática para o meio do terror do que Conde Drácula. Quando pensamos em vampiros, automaticamente esse nome aparece em nossas mentes. Apesar de não ter sido o primeiro romance que explora o mito do vampirismo, Drácula com certeza é a obra mais influente dentro desse meio. Bram Stoker simplesmente criou a estética e os conceitos definitivos para as criaturas chupadoras de sangue. O imaginário de vampiros era uma coisa antes de Drácula e outra completamente diferente após ele. Só essa influência já é o suficiente para configurar a obra como um grande clássico da literatura. O romance envelheceu bem em diversos aspectos, sendo uma leitura agradável até os dias de hoje e possuindo diversas passagens tensas e macabras, mas também envelheceu mal em diversos aspectos.

O livro apresenta diversos conceitos sobre o vampirismo que são muito interessantes e ajudam a criar o clima soturno do livro. Eles podem não parecer nada demais nos dias de hoje, já que estamos saturados por tantas obras envolvendo vampiros, mas isso não tira o mérito de que grande parte dessas ideias advém desse livro. O aspecto horripilante do livro pode estar um pouco desgastado atualmente. Nós ouvimos tanto falar na figura do Drácula durante nossas vidas que existe um certo mito por trás do personagem. Portanto, talvez a expectativa que criamos ao lermos o seu texto de origem pode ser decepcionante. A impressão que temos do Drácula através da cultura popular provavelmente sempre vai ser mais grandiosa do que aquilo que ele é de fato em sua obra, mas ele não deixa de ser um antagonista marcante por isso.

Outro ponto que pode incomodar possíveis leitores é o quanto ele faz questão de nos lembra a época onde ele é escrito, principalmente quando se trata de papéis de gênero. É importante analisarmos as obras levando em consideração o contexto e a época onde eles foram concebidos, mas também é impossível um leitor atual se eximir de qualquer juízo de valor sobre a obra. O livro tem diversas passagens machistas que podem se tornar um incômodo para muitas pessoas, principalmente aquelas do gênero feminino. O livro chega ao ponto de justificar a astúcia de uma mulher com o fato dela ter “um cérebro de homem”. Coisas assim podem ser irrelevantes para alguns, mas gravíssimos para outros.

Portanto, Drácula é um livro que claramente tem seu charme e merece ser lido por todos os entusiastas do terror, mas que claramente envelheceu mal em alguns aspectos. É uma experiência muito legal ler o texto de origem de uma das figuras mais conhecidas da cultura popular, no entanto, talvez você não ache que ela é assustadora o suficiente para os padrões de hoje em dia. Porém, se você abrir a sua mente e ir com a mentalidade de que você está vendo uma obra de terror que é um produto de sua época, o livro será visto com mais charme e apreço.

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