Resenha do documentário “Sweet Karolynne”, de Ana Barbara Ramos

Por Letícia Poliana

Escolhi o curta “Sweet Karolynne”, é um filme sobre Karolynne, menina que mora nos fundos do bar dos pais na Paraíba, e que tem o hábito e a paixão de criar galinhas e galos como se fossem seus melhores amigos. É também um filme sobre a consciência da morte, o que envolve o amor, sobre a vida e como sentimentos são contraditórios, mas são presentes na relação do homem com o mundo, esse trecho retrata isso 

“A morte, um tema da vida, muitas vezes evitado às crianças, é tratado rotineiramente pela menina, aspecto que abriga tanto sua relação com o galo quanto com o ídolo da música pop.”

(p.7)

Me chamou atenção é que não é falado, mas meio que mostra discretamente, tendo um olhar mais crítico consegue perceber isso, algo que reparei também é que por mais que não seja dito, está sempre uma mensagem não só para ilustrar, mas conscientizar. 

Gostei muito desse filme, trouxe algumas reflexões e novos olhares, pensar um pouco mais criticamente sobre tantas coisas, é um registro documental, onde tudo gira em torno da criança, onde ela mesmo é a personagem principal do curta. O que me chamou atenção no trabalho da autora (Ana Bárbara Ramos) é como esses elementos se revelam unicamente para uma firmeza de contato e de articulações que são o fator determinante por trás da força de “Sweet Karolynne”

Um filme simples, que mostra de forma poética a vida dessa Família, que me parece vive em um mundo belo e simples, no texto “JARBAS FOREVER E A DOCE, MAS NEM TÃO DOCE, KAROLYNNE”, fala que por mais que vejamos uma vez, toda vez que fomos ver novamente, teremos um novo olhar e foi isso que senti, pensar um pouco sobre como é o imaginário na infância, como cada criança tem uma maneira de entender sobre a vida, como as realidades são diferentes, aí entra um pouco da desigualdade social.

A criança, não é mais um projeto idealizado pelos pais, que criam expectativas, com base no que eles querem isso acontecia muito antigamente, e ainda acontece hoje em dia, colocam as crianças numa bolha, onde não podem falar sobre tais assuntos, como a morte, sexualidade, e etc. As crianças que estão começando a sua vida, a interpretar, terem opiniões por muitas vezes se frustram, por não estarem preparadas, estão em busca da sua identidade, fazer diferença. 

“A criança em sua ludicidade tem a capacidade de transformar simples objetos do cotidiano em imensos parques de diversão. E nessa forma criativa de encarar o mundo Karolynne, através de sua lente, descobriu, no que para muitos era um mero galo, um parceiro de aventuras.”

(p. 5). 

Por fim, eu tive um pouco de dificuldade de entender, tive que rever algumas vezes, mas é um filme e o texto que mexe com a nossa percepção de muitas coisas, em relação à infância, a realidade. 

“Sua casa é lugar de cultura e também de trabalho, visto que à noite é palco das pequenas apresentações. Esse lugar constitui Karolynne e vice-versa.”. 

(p. 6-7)

E é isso, nossa casa precisa nos auxiliar a seguir o nosso caminho, criarmos a nossa identidade.

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Referências:

Curta – “Sweet Carolynne”: https://www.youtube.com/watch?v=QjqfBR8Ll7w

Texto – JARBAS FOREVER E A DOCE, MAS NEM TÃO DOCE, KAROLYNNE

Imagem – https://portacurtas.org.br/filme/?name=sweet_karolynne

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Escolhi a ilustração “Céu” do Felipe Marques. Achei linda e dá uma sensação de paz.

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