Por Izabel Maria
Neste romance policial, no dia 29 de outubro um anúncio incomum é notado na gazeta do vilarejo: Um convite para um assassinato que ocorrerá naquele mesmo dia às 18:30, na mansão Little Paddocks. Intrigados e curiosos ao verem o anúncio, os moradores locais vão até a mansão para bisbilhotar, entretanto nem mesmo a dona da casa tem ideia do que o tal convite se trata, então, quando diversos vizinhos estão presentes na mansão, exatamente às 18:30 as luzes se apagam, gritos são ouvidos e um homicídio acontece.
A partir daí uma investigação começa, todos os que estavam presentes são entrevistados, aos poucos vamos conhecendo cada um e os seus relatos sobre o que aconteceu naquela noite. Entretanto, quando o caso aparentemente simples está prestes a ser encerrado pela polícia, uma senhorinha simpática e inteligente chamada Miss Marple entra em cena e com toda sua perspicácia percebe que o caso é mais complexo do que todos imaginam.
A história se mantém interessante do início ao fim, a leitura não fica arrastada e nem tediosa pois a cada capítulo algo novo vai sendo descoberto e nos aprofundamos na personalidade de cada personagem. Além disso, mesmo com diversos personagens ativamente presentes no enredo, a autora consegue situá-los muito bem na narrativa, sem deixar que alguns se percam por serem cansativos ou desinteressantes, muito pelo contrário, as personagens são cativantes, cada uma tem um jeito único que agrega positivamente na experiência literária.
Miss Marple não é uma detetive convencional como estamos acostumados a ver em Hercule Poirot (famoso detetive fictício, protagonista da maioria dos livros da Agatha Christie), na verdade, ela é uma senhorinha muito sagaz que estava no lugar certo e na hora certa, não é comum ver a terceira idade tendo esse tipo de representação na literatura, portanto, é um ponto que eu achei incrível. Por fim, a história é recheada de reviravoltas instigando que o leitor crie e recrie diversas teorias acerca do responsável pelo que aconteceu na fatídica noite, além de aguçar a curiosidade contínua para saber o que a mente genial de Agatha Christie reserva para o desfecho.
Ilustração por Joyce Maravilha Gomes da Silva, disponível em “Banco de Ilustrações” do Projeto Torre de Babel