Por Alice Prazeres
Editora Intrínseca: Agosto, 2013
Olá, leitores de Babel, como estão? Hoje venho com um livro que li na adolescência e me impactou bastante na época. Em “Perdão, Leonard Peacock”, Matthew Quick conduz os leitores por uma exploração corajosa e envolvente dos dilemas emocionais enfrentados pelos jovens. Neste romance impactante, Quick transcende as expectativas do gênero jovem adulto, oferecendo uma narrativa que é simultaneamente desafiadora e comovente.
A trama gira em torno de Leonard Peacock, um jovem de 18 anos que, em seu aniversário, planeja realizar um ato trágico. O autor adota uma abordagem única ao revelar a história através dos presentes dados por Leonard a quatro figuras significativas em sua vida. Walt, o vizinho idoso que oferece uma perspectiva única sobre o tempo e a vida; Baback, o melhor amigo leal e de espírito livre; e Herr Silverman, um professor que vai além do papel acadêmico, desempenham papéis cruciais na jornada emocional de Leonard.
A genialidade da trama reside na forma como Quick aborda temas profundos e, por vezes, angustiantes. Solidão, depressão e a busca por identidade são tecidos habilmente na narrativa, permitindo que os leitores mergulhem nas complexidades da mente de Leonard. A autenticidade dos personagens é um destaque, com Leonard emergindo como um protagonista complexo, navegando entre desespero e coragem. Cada personagem secundário é habilmente esculpido, contribuindo para a riqueza emocional da obra.
A qualidade gráfica do livro é marcada pela simplicidade da capa, que, de maneira sutil, reflete a intensidade subjacente da história. A escrita de Quick é uma sinfonia de prosa envolvente e diálogos autênticos, proporcionando uma leitura fluida e imersiva.
“Perdão, Leonard Peacock” é uma montanha-russa emocional que te faz repensar a vida. Matthew Quick quebra as regras do jogo do gênero jovem adulto, entregando uma história que é como um soco no estômago, mas daqueles que te fazem refletir. A capa simples esconde uma trama que te puxa para dentro e não te solta. A escrita de Quick é como uma conversa, te envolvendo nos pensamentos profundos de Leonard e de uma maneira que parece íntima, como se estivéssemos espiando seu diário.
Esse livro não é só sobre a vida de um adolescente em crise. É sobre a solidão que todos sentimos em algum momento, as lutas internas que enfrentamos e a importância incrível de ter alguém ao nosso lado. É um daqueles livros que mexem com você, te fazem sorrir, chorar e, no final das contas, agradecer por ter pessoas especiais na sua vida.
Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)