Por Livia Moura
Orgulho e preconceito, foi publicado originalmente em 1813, e atravessou os séculos. Além de uma das mais comoventes histórias de amor já escritas, é uma brilhante comédia romântica de costumes e um estudo profundo da sociedade de seu tempo. A plena compreensão do mundo feminino e o domínio da forma e da ironia fizeram de Jane Austen uma das mais notáveis e influentes romancistas de sua época.
Sem reservas, Jane Austen narra minuciosamente os costumes, tradições e preconceitos do início do século XIX, período em que a Inglaterra era conhecida por seu avanço econômico. Ressalto que a autora por viver nesse período, possui um conhecimento minucioso da sociedade inglesa, o que torna sua obra rica em detalhes e descrições reais daquela sociedade. No livro, diferentemente dos romances de época que estamos acostumados a ler, o preconceito é visível e palpável.
O livro narra a chegada de um jovem solteiro e rico à vila de Longbourn, onde se passa a história, e essa chegada causa um grande alvoroço na família Bennet, cujas cinco filhas – a bela Jane, a sensata Elizabeth, a inteligente Mary, a imatura Kitty e a imprudente Lydia – foram criadas com um único propósito na vida: encontrar um bom marido. Sr. Darcy, rico, culto e extremamente exigente, é um exemplo perfeito de como o orgulho e o preconceito eram tão comuns naquela época. Criado sob a luz de sua posição social, ele é esnobe e orgulhoso, ostentando sua estima com suas atitudes e escolhas. Entretanto, saindo de Londres para acompanhar o amigo Sr. Bingley a uma temporada no campo, sua posição, riqueza e títulos são, finalmente, questionados. Seu amigo, ao se envolver com a simples e volumosa família Bennet, o coloca mais próximo da inteligente e bela Elizabeth, por quem ele de início nutre uma antipatia baseada em sua “inferioridade” social. Elizabeth por outro lado, não possui nenhum sentimento positivo com relação ao Sr. Darcy, para ela, ele é mais um homem rico e ignorante que, sustentado em sua riqueza, busca se diferenciar dos outros. Preocupada com a recente aproximação de sua irmã mais velha com o Sr. Bingley, ela se envolve com os novos visitantes, ficando na presença do Sr. Darcy mais do que gostaria. A jovem não se deixa intimidar pelo ar de superioridade mantido por Darcy o que torna o convívio deles engraçado e bem humorado. Inteligentes, eles nos fazem rir com seus diálogos irônicos, permitindo que possamos conhecer mais sobre a personalidade de ambas as personagens.
As idas e vindas do destino fazem com que Elizabeth e Darcy se encontrem constantemente, os aproximando, derrubando barreiras. Logo Darcy se vê apaixonado, contudo, Elizabeth ainda vê nele um forte preconceito e orgulho, o que o distancia dela, independente do sentimento que ele diz ter. Entretanto, quando o amor é forte e real, é possível superar qualquer problema, e Darcy tenta de todas as formas provar seu amor.
O amadurecimento dos personagens, os encontros e desencontros, os diálogos engraçados e as leves críticas sociais feitas a época dão a narrativa de Jane Austen um caráter único, envolvente e delicioso, fazendo com que nós, leitores, estejamos totalmente fixados nessa leitura tão envolvente.