“O Conto da Aia”, Margaret Atwood

Por Jessica Mesquita

🚨 ALERTA: ESTE LIVRO POSSUI GATILHOS E CONTEÚDOS SENSÍVEIS COMO VIOLÊNCIA SEXUAL E PSICOLÓGICA 🚨

Minha primeira dica para quem vai ler esse livro é: respire fundo. É impossível não se indignar com o que você lerá aqui.

O livro é denso, pesado, escancarado e doído sim. Entretanto, também é uma escola: para mulheres, sim, mas principalmente para os homens. É o tipo de história que não está tão longe assim ali na curva, afinal, estamos falando de uma sociedade teocrática e patriarcal.

O segundo ponto importante aqui é que esse é um livro para quem já tem certa maturidade emocional e política. Não é um livro preto no branco. É um livro cuja maior importância está nas entrelinhas… naquilo que não foi escrito com palavras, mas com impressões, sentimentos e significado. 

Você terá que passar pelas páginas com o coração e a mente abertos. Pensando muito além dos atos e das palavras, mas nos significados das ações, da estrutura, do sistema e de tudo que envolve as personagens.

E no fim, perceber que toda essa estrutura que dizia empoderar as mulheres, na verdade, não passava de uma grande falácia. Era uma estrutura que dava pequenas escolhas às pessoas, apenas para mantê-las cerceadas e sob controle. E que, enquanto as mulheres eram colocadas umas contra as outras e perderam direitos e liberdade, os homens continuaram em posições de poder e contavam com as mesmas regalias (mesmo que por trás dos panos).

Nunca se esqueça, querido leitor, de que o poder nasce de uma relação entre as pessoas. E aqueles que têm poder, só o têm porque outros os permitem ter. Abra seus olhos: no livro e na realidade.

Uma imagem contendo foto, mesa, livro, placa

Descrição gerada automaticamente

Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ) 

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