“Leve-me com Você”, Catherine Ryan Hyde

Por Estefânia Berrini da Fonseca

August Shroeder é um professor de ciência do ensino médio e alcoólatra em recuperação, que infelizmente acabou perder seu único filho, Phillip, de 17 anos, em um acidente de carro. Todos os verões, eles viajavam em um trailer para conhecer os famosos parques e reservas naturais dos Estados Unidos, para observarem a natureza e realizarem caminhadas. Mas naquele ano, August tinha como suas únicas companhias: seu cachorro chamado Woody, o trailer, um mapa e uma lata que contém as cinzas do seu filho. Seu único destino em mente é visitar todos os parques para deixar as cinzas, como uma forma de se despedir de Phillip.

Quando o trailer começa a dar problemas, August vai parar numa oficina mais próxima que tinha na estrada e conhece Wes, um mecânico peculiar que faz perguntas estranhas que deixam August incomodado e se distrai um pouco quando vê Woody brincando com duas crianças, que são os filhos do mecânico chamados Seth de 12 anos e Henry de 7 anos. Depois da avaliação, o mecânico diz que vai levar alguns dias para terminar o conserto e que vai sair um pouco caro, mas ele faz uma proposta inusitada: que August leve seus filhos para a viagem enquanto ele vai cumprir pena na cadeia por dirigir bêbado, e em troca o conserto ficaria por conta da casa. A princípio August recusa a proposta, achando um absurdo uma pessoa pedir a um estranho tomar conta de crianças. Mas Wes ficou insistindo dizendo que não tinha ninguém para tomar conta deles e que sua esposa os abandonou.

Assim sendo, August aceita a inusitada proposta e leva os meninos, sem imaginar o que a viagem significaria para todo mundo. Como August que passa a se abrir um pouco mais para os meninos sobre seus conhecimentos e alguns problemas que está passando, visto que as crianças são curiosas ao mesmo tempo em que demonstram muita carência. Por ser o mais velho, Seth é muito cuidadoso com o que vai falar e é ativo para ajudar Henry e August em qualquer coisa, com medo de decepcioná-los. Já Henry é o oposto de seu irmão preferindo ficar quieto e brincar com o Woody mas eventualmente vai se abrindo aos poucos.

Enquanto estiver com o livro em suas mãos, não espere encontrar alguma aventura ou suspense, porque esta é uma história que vai te fazer refletir sobre muitos temas, que às vezes são difíceis para algumas pessoas encararem como: alcoolismo, luto, solidão e depressão. Mas que foi interessante acompanhar a jornada interna de cada personagem e como eles vão lidando através de seus aprendizados e escolhas, mas às vezes sentia que o ritmo da história ficava lento com as descrições dos parques nacionais e dos monólogos que alguns personagens faziam quando queriam expressar um sentimento conflituoso ou filosófico. Entretanto, com a construção delicada da história e o desenvolvimento dos personagens, o livro vai fazer com que aumente a sua curiosidade para descobrir o que vai acontecer com eles nesta íntima jornada e que tem sempre esperança para seguir em frente.

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