Por Nayara de Sousa Leite

Este livro foi escrito por Ron Stallworth e foi publicado em 2014, seu principal assunto é racismo, uma pauta bem importante nos dias de hoje.

O livro conta a história de um jovem negro, de 25 anos, chamado Ron Stallworth que trabalha na delegacia de polícia de Colorado Springs, em 1978, onde recebe diversas perguntas e respostas racistas e preconceituosa…o que não o intimida.

Ao ler um jornal local, Ron percebe um anúncio sobre um grupo que era a favor do nacionalismo, a supremacia branca e que é anti-imigração, pregando sempre contra os latino-americanos, negros, judeus e minorias, chamado “Ku Klux Klan” e claro que ele não iria perder essa. É aí que tem a brilhante ideia de se infiltrar, entrando em contato com o grupo para saber mais detalhes sobre eles e o que fazem, Stallworth se passa por um branco racista, porém utiliza o seu próprio nome e o telefone de contato da delegacia.

Os extremistas retornam o contato para Ron, dizendo que apreciaram o seu interesse e que poderia contar sua história para que pudessem avalia-lo então ele coloca o jovem branco racista em ação dizendo palavras rudes sobre os negros despertando o interesse do grupo nele que decidem encontrá-lo, pois era exatamente o tipo de cara que estavam procurando então, um encontro é marcado e as coisas complicam já que ao invés de ser um jovem branco racista, ele era justamente ao contrário, estava do lado de quem sofria preconceito e não de quem fazia, por conseguinte era preciso um belo plano que os convencessem que tudo aquilo era real.

Ron logo bola uma grande estratégia de colocar um policial branco para fazer o seu papel nos encontros que fossem pessoalmente enquanto ele fica mantendo contato por telefone e assim foi, Chuck se passa por ele e Ron da todas as informações para que o jovem possa fazer um trabalho perfeito e retirar todas as informações possíveis da Klan.

E o encontro finalmente acontece dando início a investigação do KKK. Ron Stallworth recebe uma carteirinha de “cavaleiro da Ku Klux Klan” e é incluído na organização. O final deixo vocês descobrirem quando forem matar a curiosidade, ok? Garanto que não vão se arrepender. Abaixo deixo um trecho do livro que me chama atenção e que principalmente podemos perceber a ironia do livro.

“Se um homem negro, auxiliado por um punhado de brancos e judeus bons, decentes, dedicados, de mente aberta e liberais, pode prevalecer sobre um grupo de racistas brancos, fazendo-os parecer os idiotas ignorantes que realmente são, então imagine o que uma nação de indivíduos que compartilham das mesmas ideias pode conseguir”

Infiltrado na Klan, Ron Stallworth, p. 09.

Nesse trecho do livro podemos perceber que apesar da Klan se achar um grupo superior, não foi bem isso que aconteceu, né? Ao ler o livro percebemos que eles não eram tão inteligentes assim, já que foi extremamente fácil alguém entrar no grupo, enganá-los e sair com sucesso no final. O livro é bem reflexível, leve e tem uma linguagem em didática, procurando sempre enfatizar o quanto os negros sofrem em todos os contextos, são os primeiros acusados mesmo sem provas e sempre sofrem com palavras ofensivas e atitudes agressivas.