Por Julliana de Amorim Tavares
Meu primeiro contato com a escrita de Maya Angelou e, não supreendentemente, foi uma experiência extremamente enriquecedora. Há tempos tinha vontade de ler esse livro para conhecer um pouco mais sobre esse ícone da cultura afro-americana.
Devo ressaltar que esta não foi uma leitura tranquila em boa parte do tempo, a história de Maya é repleta de preconceitos e abusos explícitos ou implícitos. Se eu puder aconselhar alguém, não indico que o leiam rapidamente, pois em muitos momentos o livro traz sensações ruins ao nos fazer imaginar uma vida tão problemática com a de Maya Angelou.
O livro é muitas vezes marcado pelo silêncio de Maya, mas também por sua mente inquieta que o tempo todo tenta reconhecer as situações que vivencia e tirar dali uma lição; seja com a ajuda da literatura ou de pessoas que passam por sua vida, trazendo ensinamentos sobre o que é ser uma mulher preta numa sociedade extremamente racista que torce pelo seu fracasso.
Eu sendo uma mulher preta, acredito que é quase impossível que outras mulheres pretas ao ler este livro não consigam se enxergar vivenciando pelo menos alguma das situações que Maya descreve.