Por Lívia Moura
Dividido em cento e quarenta e oito capítulos curtos, Dom Casmurro é uma das grandes obras de seu autor, Machado de Assis. Esse romance é narrado por Bento Santiago, ou, como é narrado já no início do livro, Dom Casmurro, cujo nome por conveniência se tornou o título da obra. Ele recebeu esse apelido por causa de seu jeito teimoso e turrão, e ao ler a obra é perceptível, pois trata-se de um homem já velho ensimesmado, relembrando de sua vida com certa amargura que de contar suas memórias, também conta a história de sua paixão por Capitu, uma jovem humilde da época.
Bentinho pertencia à alta sociedade do Rio de janeiro do séc XIX, sua mãe, Dona Glória, era uma viúva rica, senhora de escravos. Tendo já tido a experiência de perder um filho prometeu que daria a Deus um sacerdote se lhe nascesse um menino. Nasceu então Bento Santiago, que desde o nascimento já tinha seu destino traçado: tornar-se padre. Ele, um bom moço da alta sociedade, Capitu, ainda que de uma classe social mais abaixo, era considerada mais inteligente e astuta ao levar a vida.
A família de Casmurro contava com a presença de um agregado, um falso médico. Esse era José Dias, que se dizia homeopata e havia alcançado algumas curas para algumas pessoas da família. Ele era adorado pela família e é ele quem lembra dona Glória da promessa que ela havia feito a Deus.
Segundo ele, Bentinho, o Dom Casmurro, estava com muitos gracejos com uma menina pobre chamada Capitu, e por isso deveria ser enviado ao seminário o quanto antes.
Ouvindo isso, bentinho se deu conta de que realmente estava apaixonado pela menina. E mais: percebeu também que ela estava apaixonada por ele Inclusive, a jovem pensa em uma forma dele não ir para o seminário para viverem juntos, porém, não houve jeito.
Já no seminário Bentinho conheceu aquele que seria seu melhor amigo, Ezequiel Escobar. Amigo inclusive que o aconselhou a não se tornar padre, afinal não tinha vocação para isso e de fato o interesse de Dom Casmurro era cursar direito. Escobar o explicou como poderia sair do seminário sem fazer com que sua mãe descumprisse sua promessa, e assim aconteceu, Bentinho ficou livre do seminário e fez direito, o que sempre desejou cursar. Também se casou com Capitu e com ela teve um filho a quem deram o nome de Ezequiel em homenagem ao melhor amigo do casal.
Porém, no livro Dom Casmurro, a grande trama se dá em torno de uma questão de traição. Bentinho suspeita que Capitu o traiu com Escobar e que seu filho na verdade não é seu, mas de seu melhor amigo. Para Bentinho não havia dúvida, ele acreditava que Capitu o tinha traído. Se traiu ou se não traiu, fica a cargo do leitor decidir.
Dom Casmurro é um livro que atravessa gerações e um grande clássico da literatura brasileira, indicado para todas as idades, do mais novo ao mais experiente.