“A Vida Invisível de Addie LaRue”, V. E. Schwab

Por Priscilla Bareli

Já imaginou ter o sonho de viver a vida de forma livre e independente, de viajar para lugares diferentes e experienciar sensações únicas mas não poder fazer nada disso por ser obrigada a casar-se com alguém que não ama e consequentemente estar fadada a passar a vida inteira no mesmo vilarejo, sem poder realizar nenhum desses sonhos? Bem, isso é o que quase acontece com Adeline LaRue, ou melhor, Addie.

Addie nasceu na França do século XVIII, em um vilarejo chamado Villon, e aos 23 anos viu-se forçada por sua família a abrir mão de seus sonhos de liberdade. Por isso, quase todos os dias ela rogava aos deuses que a livrassem de seu casamento arranjado e a ajudassem a escapar daquela situação de alguma forma – o que não aconteceu. Desesperada, já na noite de seu casamento, em um último ato desesperado Addie então corre para a floresta e implora a qualquer deus que a ajude a ser livre, sendo finalmente atendida. O problema é que quem a atende é um deus que atende depois do anoitecer, ou seja, um no qual ela não deveria confiar, mas por estar desesperada Addie cai em uma armadilha e troca sua alma por sua liberdade.

Ao selar esse pacto, além de Adeline perder a capacidade de pronunciar seu próprio nome, nenhum de seus conhecidos a reconhecem mais, e todos que a conhecerem um dia não se lembrarão dela. Assim, Addie LaRue vive como um fantasma por 300 anos, passando por diversas situações que acompanhamos ao longo do livro, até que finalmente alguém consegue lembrar-se dela. A partir daí, juntamente com a personagem tentamos entender como isso aconteceu (e também porquê) enquanto a história se desenrola.

A Vida Invisível de Addie LaRue é uma aventura cuja trama é muito bem desenvolvida, tendo o desenvolvimento pessoal da personagem como o foco principal da narrativa. Ao longo do livro, acompanhamos a protagonista e passamos junto com ela todos os momentos bons e os momentos dolorosos que vivencia em seus 300 anos de vida por meio da escrita envolvente de V. E. Schwab.

Por isso, com certeza este é um livro que indico! Todavia, creio que os leitores não devem encará-lo como uma leitura leve e cheia de aventuras de tirar o fôlego, para que não corram o risco de começarem a ler o livro com as expectativas erradas e acabarem se decepcionando. Por isso, considero esta uma leitura que pode ser apreciada em pequenas doses diárias, para que tenhamos tempo de apreciar o livro e absorver o que a escritora quer nos passar com toda a complexidade da narrativa, sem nos cansarmos da história.

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