Por Aster Leite

Nascida na cidade de Guangzhou, na China, Malinda Lo imigrou para os Estados Unidos ainda criança e onde ainda mora com seu marido. Como adulta dedicou-se a escrever vários romances com alvo ao público jovem, entre suas obras está “Ash”, uma releitura de Cinderela com elementos sáficos, que se destacou ao ser indicada como finalista de prêmios de prestígio. Antes de se estabelecer como romancista, Malinda Lo se formou em bacharelado em economia, tendo experiência como assistente editorial, pós-graduação e trabalho como jornalista.

Nos Estados Unidos da década de cinquenta, o fantasma da ameaça comunista paira sobre a segurança de todos, inclusive e principalmente para Lily Hu, filha de emigrantes chineses morando na ChinaTown que está passando pela descoberta de ser uma mulher lésbica sino-americana. 

Lily sempre foi a boa garota da qual a mãe e a sociedade conservadora aprovariam e na presença de todos, era muito boa em seguir essa expectativa. Mas nos bastidores, a dúvida sobre de alguma forma ser diferente era perturbadora e na busca por respostas, a garota descobre o Telegraph Club, um bar dito seguro para mulheres queers. Lily só não contava que Katy, sua colega de turma, descobriria seu interesse pela comunidade e menos ainda de que a americana já havia frequentado o local. 

Agora não só teria que lidar com sua paixão crescente por outra garota, as idas escondidas ao bar lésbico, sua família, como também com a possível deportação de seu pai, acusado de comunhão com os comunistas. 

É nítido a pesquisa histórica feita por Melinda ao decorrer da narrativa, a qual é separada em cinco partes que destacam acontecimentos da época e acontecimentos importantes na comunidade queer, como as batidas em bares antecedentes a revolta de Stonewall, e na história da família de Lily, no contexto do mercantilismo estrangeiro na américa do norte. A noite passada no telegraph club é um livro lesbocentrado e ainda que fictício, possuindo elementos históricos reais, sendo uma história rica em detalhes e um vislumbre da vivência lesbica e estrangeira nos anos cinquenta. 

^{Editora Verus: Outubro, 2022.}