Por Regina Barbosa
Pense em um cenário: Você está no seu carro indo para uma consulta médica depois de deixar sua filha no ponto de ônibus da escola e do nada seu telefone toca, quando você atende é uma pessoa estranha te dizendo que sua filha foi sequestrada e para libertá-la com vida você precisa pagar uma quantia de valor alta e sequestrar outra criança. O que você faria? Essa é a escolha que Rachel Klein precisou fazer no livro A Corrente, do autor Adrian McKinty.
A trama de A Corrente começa com Rachel recebendo uma ligação dizendo que sua filha, Kylie, foi sequestrada e passando as seguintes instruções: Não conte para ninguém ou sua filha morre. Mande dinheiro para uma determinada conta. Sequestre uma criança e faça a mesma ligação para os pais, ou seja, para seguir essa corrente de sequestros, que durante o livro ficamos curiosos para saber como começou e qual o seu objetivo.
Rachel rapidamente se vê perdida, mas com plena certeza que seguirá todos os passos, pois Kylie é a única coisa que ele tem e ela faria tudo pela filha. Com isso, ficamos refletindo a todo momento se faríamos o mesmo na situação dessa mãe. Será que também sequestraríamos um inocente? Por que estamos passando por isso? Toda a leitura carrega essa tensão sobre o que vai acontecer, quem vai ser sequestrado e se o tempo não vai acabar, pois Rachel tem poucos dias para fazer tudo e salvar sua filha.
A escrita do autor é muito fluida e viciante, não dá para ler um capítulo só, pois queremos saber o que vai acontecer depois e quais são os próximos mistérios dessa trama. A trajetória de Rachel em tentar salvar sua vida, a escolha de quem ela vai sequestrar, as descobertas, o tempo se esgotando, todos esses são elementos muito bem construídos no livro. Além disso, A Corrente tem muitas tramas secundárias interessantes e esse é mais um motivo que te faz ficar preso na história.
Como o livro é narrado em terceira pessoa, conseguimos ter uma visão de fora sobre o que todos os personagens pensam, suas histórias de vida e o que os motivaram a estar ali. O autor conseguiu escrever cenas de ações muito bem elaboradas em diversas partes da história, fazendo o leitor imaginar cada detalhe do que está sendo descrito. O final do livro tem toda essa ação e muitas reviravoltas que fazem o leitor ficar com frio na barriga para saber o que vai acontecer no próximo capítulo.
O que eu mais achei interessante nesse livro é a dualidade dos seres humanos. Ninguém é todo bom ou ruim, e durante nossas vidas passamos por situações que precisamos fazer escolhas e arcamos com as consequências delas. Os personagens, pais que perderam seus filhos, precisam passar por cima de todas suas crenças e virtudes, fazer o que for necessário para salvar suas crianças e seguir a corrente.
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Não deixe de passar no nosso canal no YouTube e conferir o vídeo “A Corrente” feito por Maria Luiza Viena.