“Psicose”, Robert Gloch

Por Alice Prazeres

Editora DarkSide: Janeiro, 2013

Se você é fã de suspense e literatura de terror, “Psicose” de Robert Bloch é um daqueles clássicos que você simplesmente não pode deixar de ler. Publicado em 1959, este livro não apenas definiu os padrões para o gênero, mas também inspirou uma das adaptações cinematográficas mais icônicas da história do cinema.

No centro da trama, temos dois personagens complexos que cativam o leitor desde o início. Marion é a protagonista da história, uma mulher que rouba uma quantia substancial de dinheiro e acaba encontrando refúgio em um motel isolado gerenciado por Norman Bates. Marion é retratada como uma mulher corajosa, mas sua decisão a levará a um encontro aterrorizante que mudará sua vida para sempre. Norman, por sua vez, é o misterioso proprietário do motel. Sua personalidade é uma mistura intrigante de aparente simplicidade e complexidade oculta. Ele é apresentado como alguém amigável e gentil, mas logo percebemos que há algo muito mais sombrio por trás de sua fachada.

A trama é um exemplo de suspense de primeira categoria, repleta de reviravoltas que mantêm o leitor ansioso por mais. A história toma um rumo sinistro quando Marion desaparece misteriosamente, levando-nos a descobrir os segredos obscuros que cercam o enigmático Norman Bates. Bloch é mestre na criação de uma atmosfera inquietante e perturbadora. Sua escrita detalhada e afiada nos transporta para o mundo claustrofóbico do motel e da casa de Bates. A apresentação gráfica é tão eficaz que o leitor se sente como um espectador ansioso, testemunhando os eventos se desenrolarem diante de seus olhos.

O cerne desta obra é a figura de Norman Bates e a relação profundamente perturbadora de Norman com sua mãe. A figura materna de Bates exerce uma influência avassaladora sobre ele. Essa relação simbiótica, aliada ao misterioso segredo que Norman guarda, adiciona camadas de complexidade à trama e transforma a história em um pesadelo psicológico. A exploração profunda da psicologia de Bates é tanto fascinante quanto arrepiante. Bloch se aprofunda na mente de seu personagem, expondo os horrores que podem habitar as profundezas da psique humana. A dualidade de Norman, influenciada por sua mãe, é um ponto alto da narrativa, e seu desenvolvimento ao longo do livro é de arrepiar.

A adaptação cinematográfica de Alfred Hitchcock em 1960 é uma parte integral da história de “Psicose”. O filme captura brilhantemente a essência do livro, mas a experiência de leitura oferece uma compreensão ainda mais rica dos personagens e de suas motivações.

“Psicose” é um clássico que continua a entregar doses generosas de suspense e terror. A obra de Robert Bloch é uma lição magistral sobre como criar uma atmosfera intensa e desenvolver personagens complexos. Este é um livro essencial para amantes do gênero, uma história que deixa uma marca indelével na literatura e no cinema. Não importa quanto tempo tenha se passado desde sua publicação, “Psicose” ainda é uma leitura que arrepia e perturba.

Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ) 

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