Por Priscilla Bareli
Embora muitos já o tenham lido, quem nunca leu “Pessoas Normais” e tem vontade, apenas leia. Além do livro ter uma narrativa muito fluida, ele aborda questões muito importantes como conflito de classe, relacionamento familiar, conflito interno e as relações que temos com as pessoas de modo geral.
Em seu segundo livro, Sally Rooney nos apresenta a história de dois jovens: Connel e Marianne, que se conhecem ainda no ensino médio e desde então criam uma forte conexão. Assim, acompanhamos o crescimento e o amadurecimento dos dois, entre idas e vindas nas vidas um do outro até irem para a faculdade. Em cada momento, vibramos e sofremos com eles e torcemos para que sejam felizes enquanto experienciam a vida e tentam continuar conectados.
As coisas que mais me chamaram atenção foram os saltos temporais e o fluxo de consciência presentes no livro. Eles não só nos dão a sensação de que estamos acompanhando a história dos personagens enquanto os anos vão se passando, como também nos trazem para dentro das mentes de Connel e Marianne. Dessa forma, conseguimos entendê-los e vivenciar tudo junto deles, tanto os momentos felizes quanto os momentos de sofrimento.
Por fim, “Pessoas Normais” é um livro sensível, que nos proporciona uma leitura boa e dolorosa ao mesmo tempo, mas que acima de tudo nos faz refletir sobre a influência que temos na vida uns dos outros e como isso nos afeta. Se você gosta de livros assim, com certeza irá se surpreender com esse, assim como eu me surpreendi.
Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)