Por Lara Alves
A presente resenha discorrerá a partir do contexto abordado no filme “Eu Daniel Blake” e o artigo “Reforma da previdência: o golpe fatal na seguridade social brasileira”, a explanação se esgotará (em resumo) no coro desta. Além de analisar o cenário previdenciário e a atuação da área da saúde.
Dirigido por Ken Loach e escrito pelo colaborador Paul Laverty, o drama contará a vivência de um homem aos 59 anos, que após sofrer um infarto do miocárdio e quase cair do andaime, é impedido por seu cardiologista de voltar ao trabalho sendo afastado, podendo retornar, as funções laborais, somente após uma avaliação de sua capacidade de trabalho, no entanto, lhe foi negado o subsídio de emprego; todavia o Estado de Bem-Estar Social do Reino Unido, entende que o mesmo está apto para atuar, logo é impedido de receber benefício previdenciário.
O filme nos traz uma carga de informações sobre o descaso do governo para com os cidadãos, além de termos o caso principal falando sobre a previdência, temos ainda “China” e Piper, vizinhos de Daniel, e os únicos personagens negros do filme, em razão do racismo humilha-os à condição de trabalharem 45 minutos por 3,45 libras descarregando um caminhão às 05:30 da manhã no inverno inglês, ao pesquisar o trabalho chinês foi possível observar que no contexto da época em que se passava este drama o trabalhador negro é menos valorizado que o trabalhador na China, por isso o nome do personagem. Ainda é abordado o drama diário da Katie, uma mulher que neste contexto representa a indignidade da condição da mulher como trabalhadora.
Após tudo o que vimos, e relatamos é importante salientar sobre a seguridade social o seguinte:
Mesmo se criados por regimes conservadores, autoritários e com o objetivo de assegurar os preceitos básicos da acumulação capitalista, garantindo a reprodução extensiva da força de trabalho, esses sistemas cresceram e se aperfeiçoaram pela intensa participação da classe trabalhadora organizada e se transformaram no pilar dos direitos sociais. Nesse sentido, as reformas levadas a cabo nos sistemas de aposentadoria e pensões têm o sentido de concentrar os recursos dos Estados nacionais, sob o apelo dos supostamente necessários ajustes fiscais, mas têm também o objetivo de restringir e suprimir o potente vínculo de solidariedade social que os sistemas de aposentadorias geraram nas sociedades ocidentais. (LOBATO, COSTA, & RIZZOTTO, 2019, p.5)
Ao fim, devemos ter como nossa base a noção de saúde como parte de um sistema de proteção a saúde, amplo, integral, universal, democrático e participativo. A reforma previdenciária para este país deve prezar pela dignidade no cidadão brasileiro, tendo estes seus direitos seja de saúde, trabalhista entre outros ampliados para uma vida digna.
REFERÊNCIAS
KEN, Louch., PAUL, Laverty. Eu, Daniel Blake. Youtube. Disponível em: <youtube.com/watch?v=129PJIj-q6E>. Acesso em: 20 de nov. 2021. 1:40:08
Lobato, Lenaura de Vasconcelos Costa, Costa, Ana Maria e Rizzotto, Maria Lucia Frizon. Reforma da previdência: o golpe fatal na seguridade social brasileira. Saúde em Debate [online]. 2019, v. 43, n. 120 [Acessado 27 Novembro 2021] , pp. 05-14. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/0103-1104201912000>. Epub 06 Maio 2019. ISSN 2358-2898. https://doi.org/10.1590/0103-1104201912000.