A futura escritora nasceu em Londres, a 25 de janeiro de 1882. Virginia Woolf cresceu em um ambiente privilegiado, pois era filha do editor Sir Leslie Stephen, que lhe garantiu uma educação apurada. Desde menina o universo literário lhe era familiar.
Ela contrai matrimônio, em 1912, com Leonard Woolf, ao lado de quem inaugura a editora Hogarth Press, que mais tarde se tornaria célebre por publicar em primeira mão escritores como Katherine Mansfield e T. S. Eliot. Ela integrou a esfera intelectual conhecida como Bloomsbury, formada por artistas requintados, que logo depois da Primeira Guerra Mundial, se rebelariam contra as convenções literárias, políticas e sociais do período vitoriano.
Seu ingresso na literatura ocorreu em 1915, com o lançamento da ficção The Voyage Out. Logo depois, em 1919, ela publicaria Noite e Dia. Suas obras se sucedem com intensa genialidade, o que lhe garantiria depois o apelido de “a Proust inglesa”. No seu livro Mrs. Dalloway, editado em 1925, ela inova o estilo narrativo, utilizando técnicas como o monólogo interior e o fluxo de consciência, recurso criado pela própria escritora para reproduzir a sensação mais pura da individualidade. Ela reproduz os mesmos caminhos na sua obra Rumo ao Farol, de 1927.
Logo depois vem o famoso e subversivo romance Orlando, uma deliciosa e irreverente provocação ao modo de vida da Inglaterra elizabetana, reacionário e puritano. Neste mesmo período a escritora inicia suas notórias palestras, direcionadas para os colégios femininos da cidade de Cambridge, quando então revela sua tendência feminista.
No início da década de trinta ela lança As Ondas, considerada uma de suas criações mais importantes, embora não tão conhecida. Depois de seis anos sem nenhuma publicação, ela reaparece em público com Os Anos. Ao longo de sua jornada existencial e literária, Virginia sempre apresentou crises de depressão, apesar de sua consagração literária. Seu comportamento afetou profundamente sua vida familiar e a relação com os amigos.
Em 1941, ela escreve uma pequena mensagem para seu marido e sua irmã, Vanessa. Nela, ela diz adeus para todos que mais amou em sua vida, e então se suicida. Seu legado literário e o talento incalculável triunfam sobre a tragédia de sua vida pessoal. Ela deixa muitas cartas, toda a obra publicada até então, que se torna uma referência para a literatura moderna, e o romance póstumo Entre os Atos, publicado em 1941.
Sua jornada pode ser conferida no filme As Horas, adaptado do romance de mesmo nome, escrito por Michael Cunningham. Nesta obra ele mistura na personagem principal aspectos de Virginia Woolf e de sua heroína Mrs. Dalloway, retratada pela autora em um dia de sua vida, enquanto organiza uma festa.