Por Joyce Caroline
O Processo é um dos livros mais famosos de Kafka, pela sua crítica à justiça e ao direito que poderiam ter sido feitas no mundo atual.
O livro descreve a narrativa de um personagem chamado K, bancário que num dia normal recebe a notícia que está sendo processado pelo estado, durante todo o livro não entendemos exatamente o porquê e como ele virou um reú. Durante as próximas páginas podemos acompanhar o protagonista em sua saga para se livrar do processo adentrando cada vez mais o ambiente burocrático e corrupto que envolve a justiça.
Confuso, esse foi o pensamento que mais se repetiu durante as páginas do livro, o que não se distancia da realidade, quase cem anos depois da primeira publicação deste livro o direito ainda é inacessível e sua linguagem continua excessivamente rebuscada.
Outro ponto que trouxe incômodo durante a leitura foi a posição feminina e suas relações com o personagem principal e outros homens. A mulher é sempre usada ou como posse ou como meio para alcançar algo/alguém, porém considerando que o livro foi escrito na década de 20, é possível compreender a escolha do autor, mas não deixa de causar desconforto.
Nascido em Praga, Kafka vagou por diversas carreiras tentando encontrar seu caminho, numa dessas tentativas encontrou o direito em que se formou e exerceu a função num tribunal mas a decepção com a carreira o fez desistir, porém o período que se dedicou ao direito foi o suficiente para influenciar sua escrita. Além de “O Processo”, Kafka trabalhou a questão da burocracia e o direito em outros contos como “O Castelo” e “Na Colônia Penal”.