Por Erika Scoralick
“Até onde você iria por amor à sua família?”
Essa frase define muito bem o livro, pois a narrativa consiste em vários núcleos familiares narrados por diferentes perspectivas de personagens e a intriga desde o começo é como essas dinâmicas familiares vão se interligar.
“Preocupados com o filho Adam, que começou a se distanciar deles depois do suicídio do melhor amigo, Spencer, o Dr. Mike Baye e sua esposa, Tia, instalam um programa de monitoramento no computador do garoto. Após alguns dias, uma enigmática mensagem acaba de vez com a paz da família. Enquanto isso, a mãe de Spencer, Betsy, encontra uma foto que levanta suspeitas sobre a morte de seu filho. Ele não estava sozinho na noite fatídica. Será que foi mesmo suicídio? Para tornar tudo mais assustador, Adam desaparece misteriosamente. Acreditando que o garoto está correndo grande perigo, Mike não medirá esforços para encontrá-lo. Quando duas mulheres são assassinadas, uma série de acontecimentos faz com que a vida de todas essas pessoas se cruze de forma trágica, violenta e inesperada.”
A partir da sinopse, já dá para ter um bom panorama sobre como será o livro, com muitas perguntas levantadas ao longo da leitura e com muitos caminhos a serem percorridos para descobrir como as mortes ocorreram. A linha temporal é em cerca de 2/3 dias e isso a princípio é confuso, mas depois dá para entender que a escolha foi essa para dar o tom de angústia. Toda a narrativa começa com mortes, primeiro temos o suicídio de um personagem e depois ocorrem duas mortes ocasionadas por um assassinato. O personagem que tirou a própria vida e os assassinatos influenciam fortemente na história e se interligam durante a trama, e a principal pergunta que o livro te leva a pensar é sobre como essa conexão acontece.
É um livro que explorará até onde as famílias iriam para proteger seus familiares, seja um pai, uma mãe, um filho, um cunhado, etc. Nesse livro, temos uma mãe que desiste de seu emprego por seu filho, um pai que vai atrás do professor que magoa sua filha, uma mãe que faz de tudo para salvar seu filho com problema nos rins, um homem que prometeu ao leito de morte de sua mulher proteger a família dela, entre outros personagens que fariam de tudo pelo bem de seus amados. E todas essas narrativas e personagens se conectam por meio de caminhos confusos e perigosos.
A obra é um suspense que envolve tráfico de drogas, agressão e mortes. A narrativa se desenvolve em terceira pessoa e todos os personagens têm seu ponto de vista explorado em pelo menos 1 capítulo, fazendo a leitura ser fluída e envolvente. A parte mais diferente e interessante é poder entrar na cabeça de um assassino, entender seus objetivos e seus métodos de matar e como ele manipula as pessoas para poder usá-las como quiser.
O livro é envolvente desde o começo e o final é desenvolvido com maestria, somente nas últimas páginas todos os pontos soltos são conectados. Recomendo esse livro para quem gosta de um bom suspense com muitas reviravoltas e angústias. Para aqueles que se interessaram, saibam que também existe uma série sobre o livro na Netflix que foi lançada em 2022.
Esta resenha faz parte da série Autores da Torre, do Projeto de extensão Torre de Babel, da Biblioteca José de Alencar (Faculdade de Letras/UFRJ)